E AGORA , JOSÉ?

E AGORA JOSÉ?

Certamente todos nos lembramos da poesia de Carlos Drummond de Andrade:
" E agora, José?
a festa acabou, 
a luz apagou,
o povo sumiu, 
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
 que ama, protesta?
E agora, José?"

Pensando já ontém, acordei hoje mais do que decidida a acertar meus escritos!

E agora, José? Me chegou à mente...E agora, José? Traz a frase aquele conotação, o que vamos fazer daqui prá frente, o que vai ser agora? Tal questionamento me reporta mais do que nunca ao ritmo pós Copa. 

Tanta gente sonhou, comemorou antecipadamente, "salto alto" nas expectativas, nas pretensões: vamos ser Hexa Campeões! Mas olha só a ironia do destino, ou por incompetência, não fomos!!! A frustração da derrota nos deixou um gosto amargo no estômago, um senso de vazio, saudades dos bons tempos do futebol Penta Campeão... Mas pensando bem se tivessemos ganho, iríamos ficar muito na frente de todas as seleções do mundo, ai a soberba seria geral e isso não é bom... Não é bom pensar em termos de que tudo está bem, nada precisa ser mudado...Acomodação traz estagnação! A perda vai fazer todo mundo repensar e reagir para melhorar!

Mas isso já é passado, brincando ou não, "quem vive de passado é museu", para nós não...Nada como a música do Lulu Santos para comunicar estes lampejos da vida:

" Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como o mar, num vai e vem infinito...Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo..tudo muda o tempo todo no mundo..não adiante fugir, nem mentir prá si mesmo agora, há tanta vida lá fora, aqui dentro sempre, como uma onda no mar..."

E agora, José? É a vida continua e como uma onda no mar, num vai e vem sem cessar..A vida da gente não pára por causa de derrota alguma, somente se cedermos lugar ao pessimismo, derrotismo, conformismo, e tantos outros "ismos" que nos querem puxar para baixo em lugar de nos elevar para maiores e melhores horizontes.

O questionamento ou desabafo de Drummond nos  leva à reflexão de que realmente a festa acabou,a luz apagou, o povo sumiu, mas a vida continua com ou sem holofotes!

O que vamos fazer , e agora, José?

José que somos todos nós, com nossas carências, nossos anseios e expectativas" esperançosas" de que " é claro que o sol vai voltar amanhã" e que  " amanhã será um lindo dia da mais pura alegria que se possa imaginar!"

Novo dia depois de tirarmos lições dos erros passados, novo dia para crescer, aprender, planejar, se estruturar se quisermos alcançar nossos novos alvos de vida!

Um amigo da família, Gil Lancaster,uma vez disse: 

_ " O melhor sonho é o que se sonha acordado", melhor ainda quando se sonha juntos!

Contraditório ou não, os sonhos fazem parte da realidade da vida...

Augusto Cury foi quem disse: " Sonhar é preciso.."

Outro alguém que desconheço falou: " Não se vive de sonhos, mas é preciso lutar muito para  que não haja pesadelos!".

" Não viva de sonhos, mas construa o que você chama de realidade!"

O tempo pós Copa das Copas, nos faz por os "pés no chão" e com a "ficha caída" enxergar o mundo real.. Este mundo real que nos envolve  e nos chama a tomarmos atitudes, posicionamento frente a novos desafios, à superação de obstáculos tanto pessoais, quanto coletivos, públicos, familiares, para que haja mudanças em todos os sentidos se quisermos conquistar nossos sonhos para trazê-los ao campo da realidade!

Nada é construído da noite para o dia, tudo tem seu tempo determinado, " há tempo para todo propósito debaixo do sol"( Ecl 3)

" Nunca desista dos seus sonhos, lute por eles, pois as mágoas se vão com os anos e as feridas se curam , mas o tempo não volta!" ( desconheço o autor)

E agora José? A vida continua e todos os "Josés" e todas as "Marias " tem que seguir em frente porque o "novo" só nasce no solo do "buscar- planejar- aperfeiçoar- executar!"  Não basta sonhar, é preciso acreditar e agir.

Friedrich Engeles disse certa vez nos seus escritos: " Vale mais uma grama de ação do que uma tonelada de teoria!"

Então de cabeça erguida, talentos de sobra,  mãos no trabalho, foco no alvo, vamos prosseguir para a excelência em tudo, não só no futebol, RUMO AO NOVO E MELHOR!

ENI DEVIDÉ

EMOÇÕES MAPEADAS

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Emoções mapeadas

Estudo mostra quais regiões do corpo são 'ativadas' por sentimentos como raiva e felicidade e conclui que sensações têm caráter universal

MONIQUE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Aperto no peito, frio na barriga, cabeça quente. Quem nunca usou essas expressões para traduzir uma emoção?

A sabedoria popular já sabe que emoções causam alterações físicas. Os cientistas também: a rigor, emoção é o estímulo que afeta o sistema límbico [região do cérebro que a processa] e é capaz de mudar o sistema periférico.

Faltava saber exatamente onde essas mudanças físicas ocorrem, o que pode ajudar a melhor definir as emoções e entender os transtornos afetados por elas.

No intuito de responder a essa questão, cientistas da Universidade de Aalto em parceria com a Universidade de Turku, ambas na Finlândia, pediram a 700 voluntários que indicassem quais áreas do corpo sofriam alterações quando sentiam uma determinada emoção.

Para incitar cada estado emocional, foram usadas palavras, músicas e filmes. As alterações sentidas podiam ser de qualquer ordem --dor e calor, por exemplo.

Com os dados, um software montou um único circuito para cada emoção --raiva, medo, desgosto, felicidade, tristeza e surpresa (chamadas de básicas) e ansiedade, amor, depressão, desprezo e orgulho (tidas como correlatas).

"Tanto o computador como outras pessoas reconheceram as emoções descritas, o que denota o seu aspecto universal", disse à Folha Riita Hari, professora da Universidade Aalto e uma das autoras do estudo, publicado na revista da Academia de Ciências dos EUA, "PNAS".

Assim, emoções ligadas à excitação, como raiva e felicidade, foram associadas com ativações e calor dos membros superiores.

Já as emoções que indicam estado depressivo ou de tristeza foram relacionadas a menor atividade nos membros inferiores, como adormecimento das pernas e pés.

Sensações no sistema digestório e ao redor da garganta foram relacionadas a desgosto. Felicidade foi a única emoção associada com calor e ativações no corpo inteiro.

O estudo pode ajudar a identificar emoções nem sempre distinguíveis, como tristeza e desgosto.

"As emoções têm vias autônomas só interpretadas depois", explica Aílton Amélio, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. "Saber quais são elas promove o entendimento de processos emocionais e é um recurso terapêutico."

Doenças caracterizadas por desordens emocionais como depressão e transtorno bipolar também podem se beneficiar dos achados. "É uma ferramenta diagnóstica", afirma Riita Hari. "Os mapas podem estar alterados nesses pacientes."

Estudos de neuroimagem já mostraram que esses indivíduos, quando estimulados por emoções negativas, exibem maior atividade cerebral. Essa dinâmica é inversa à obtida em pessoas saudáveis.

"Mas é preciso ter cuidado para não limitar tudo em uma caixa", afirma a psiquiatra Alexandrina Meleiro.

José Bombana, psiquiatra e professor da Universidade Federal de São Paulo, lembra ainda que diferenças culturais precisam ser consideradas.

As emoções também provocam alterações hormonais, como o aumento do cortisol, hormônio associado ao estresse. "Quando prolongadas, são responsáveis por outras doenças, como transtornos mentais e diabetes", explica Alexandrina.

Emoções podem ainda mudar a expressão de genes. Estudo da Universidade da Califórnia, publicado na "PNAS" em fevereiro, mostrou que pessoas felizes apresentam menos genes da inflamação que depressivos, o que os protege contra doenças.

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FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO